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Conto do Homenzinho do Outono

fiosdeestrela

Atualizado: 14 de ago. de 2020

Ocorreu em um dia caloroso, que o vento do leste, sem se dar conta, levava em seu abrigo de vento um pequeno homenzinho consigo.


Sua madeixa era vermelha como o fogo e sua barba também. Levava um casaquinho de mil cores.


Os gnomos e os elfos o chamavam o Homenzinho do Outono. Ninguém sabia de onde vinha, mas a aparição do homenzinho desencadeava sempre grandes preparativos de viagem.


Para sua chegada, todos se preparavam para ir ao interior da terra. Era divertido observar o Homenzinho do Outono, agarrado às dobras do abrigo do vento. Olhava com olhinhos alegres e negros ao seu redor.


Quando o vento do leste passava por cima de uma amoreira silvestre, o Homenzinho deu um pulo e saltou em cima de uma de suas folhas.


Suavemente a acariciou com seus pequeníssimos dedos toscos e, lentamente, o verde se transformou em um vermelho profundo. Ao lado do arbusto estava uma lagartixa tomando sol e, de prazer, à maneira das lagartixas, riu vendo a maravilhosa mudança, e a amoreira mesma pareceu desfrutar da pintura encantadora do Homenzinho do Outono porque alargou seus ramos às mãozinhas toscas do ser multicor.


Logo brilharam muitos ramos de vermelho profundo; algumas só tinham pontinhos e manchas amarelas no verde das folhas, mas isso não bastava para o Homenzinho. Agilmente, saltou a uma árvore que crescia ao lado da amoreira. O Homenzinho tocava folha a folha e transformava a cor das folhas em amarelo reluzente. Toda a árvore se alegrou de seu novo esplendor e os raios do sol bailaram entre os ramos e iluminaram a árvore de ouro. Assim, o Homenzinho pulou de arbusto em arbusto, de árvore em árvore e transformou o bosque inteiro. Às vezes, pulava no alto de uma árvore e o tingia de cor ouro.


Às vezes, sussurrava às folhas verdes:


– Virei mais tarde com vocês, não fiquem tristes.


As folhas se moviam com o vento, conheciam o Homenzinho e sabiam que ia manter sua palavra.


Assim, durante muitos dias ele se dedicou ao divertido jogo. De vez em quando, o outono olhava através das árvores e observava sorridente a seu fiel ajudante.


Mas, logo, chegou maio e trouxe consigo o vento frio. As folhas marrons caíam no chão em silêncio. Todos os animais se esconderam em suas casas e esconderijos secretos. Os pássaros se ocultaram em seus ninhos.


Ontem, ainda, um velho corvo tinha visto o Homenzinho do Outono – mas hoje havia desaparecido. Onde havia ido? Ninguém sabe. Entretanto, no próximo ano virá de novo.





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